Talvez essa inerente vontade de viver seja meu
estigma.
“Serenos olhos inconstantes” me diz o espelho;
O corpo palpita entre picos de desejo e rejeição a
tudo. A todos.
Esse modo de ser, por vezes, é exaustivo.
Nada me mantém.
Trago sempre esse coração remoçante dentro do peito;
Como curar esse cansaço corriqueiro que sinto das
rotinas e pessoas?
Como fazer para que meus desejos não sejam
constantemente tão efêmeros?
Ás vezes quero agora, se demora, nunca mais...
Há quem diga que levo um sorriso no canto da boca;
Há quem diga que transmito paz.
Levo pouca coisa na bagagem: Muita fé, algumas
lembranças e a certeza de que para ser feliz não é preciso nada demais.
Gabriela Duarte.